Trabalhos de material de cama separado e estabilizado

Se está no sector agrícola há algum tempo, provavelmente já sabe que o mundo da tecnologia agrícola está a mudar mais rapidamente do que nunca. Os agricultores enfrentam pressões tais como novos regulamentos ambientais, preocupações com o bem-estar dos animais e uma maior transparência para os consumidores.

Um estudo piloto de celeiros utilizando camas separadas estabilizadas revelou bons padrões de limpeza animal em comparação com celeiros que utilizam materiais de cama tradicionais. O estudo foi realizado na área da produção de queijo Parmigiano Reggiano pelo CRI-MAN.

Uma vez que as culturas terrestres estão organizadas quase inteiramente em torno da produção de culturas forrageiras, a maioria das explorações leiteiras compra todos os seus materiais de cama directamente do mercado. No entanto, motivações agronómicas e práticas ecológicas levaram muitas explorações de média e grande dimensão a estabelecer instalações de separação mecânica de estrume nas últimas décadas. Algumas pessoas experimentaram a utilização da fracção sólida obtida da separação, conhecida como “separada”, como cama estável.

O que é uma biocelina sanitizante?

A Célula de Bio Higiene é uma estrutura vertical de aço inoxidável. Sólido separado com uma fracção sólida total não inferior a 31% é carregado na parte superior e o material higiénico é libertado a partir da parte inferior. Ao longo do seu trânsito, a biomassa será constantemente misturada com pás que rodam lentamente em torno de um eixo vertical central. Para além da mistura, há também ventilação forçada do exterior com um ventilador que aspira ar para o eixo central e sopra-o através das lâminas. A distribuição uniforme do ar é assegurada por bocais posicionados ao longo dos perfis das palhetas. O ar soprado transporta o oxigénio necessário para o processo exotérmico de oxidação, ao mesmo tempo que viaja para cima saturará com_H2O, secando parcialmente a biomassa e aumentando em média o conteúdo sólido total em cerca de 3%. O arrefecimento da biomassa causado pela ventilação é compensado por um sistema de recuperação de calor do ar extraído na parte superior da célula biológica. O calor é utilizado para aumentar a temperatura de entrada do ar. É importante notar que o material de entrada não tratado nunca entra em contacto com material de níveis inferiores que já tenha completado o processo de higienização. O processo é monitorizado com transdutores de temperatura e peso convenientemente distribuídos que permitem um controlo constante da quantidade de material presente e da fase dos processos de sanitização e secagem. As leituras dos transdutores são processadas por um PLC (controlador lógico programável), que regula a entrada de ar. Um programa permite a gestão de toda uma instalação de separação e higiene. O sistema de gestão de biocélulas foi concebido para assegurar a higiene completa do material de saída, e a saída não é permitida até que as condições de higiene necessárias sejam cumpridas (a referência é uma temperatura contínua de 70°C durante pelo menos 1 hora).

Benefícios do Sanitizer Biocell

O benefício é óbvio, especialmente para os grandes estábulos, mas terá também implicações para a saúde e higiene. Um dos aspectos mais preocupantes da utilização de camas separadas não tratadas para vacas alojadas em baias é a elevada humidade (75-80%), que promove o crescimento microbiano e a fixação de partículas separadas mais finas à pele do úbere, actuando como vector de microrganismos patogénicos. Contudo, um estudo holandês descobriu que uma elevada presença de bactérias na cama nem sempre causa problemas de mastite clínica ou contaminação do leite (Valacon Journal, 2012). Alguns tentaram-no no passado, mas desde então abandonaram-no em favor dos materiais de cama tradicionais. Com base no Regulamento (CE) 1069/2009, o chorume de vaca é classificado como subproduto animal de Categoria 2 e, como tal, pode ser utilizado para fins técnicos desde que não represente um risco inaceitável para a saúde animal e pública.

Monitorização estabilizada do leito: higiene e bem-estar

A composição química, física e microbiológica do leito separado é fundamental para o seu uso bem sucedido, que pode variar dependendo do tipo de lodo envolvido, do tipo e calibração do separador e do subsequente manuseamento do lodo separado. Pesquisas anteriores mostraram que a acumulação de roupa de cama ou materiais semelhantes, quer estáticos ou dinâmicos (com inclinação periódica), leva ao desenvolvimento de processos aeróbicos que podem elevar a temperatura interna a 60-70°C. Este é o mínimo necessário para higienizar o produto em termos de saúde e higiene. Com base neste conhecimento, foi formado um Grupo de Trabalho Inovação (GTI) denominado “Camas Estabilizadas” no âmbito do Programa Regional de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (tipo operação 16.1.01) para grupos que trabalham no âmbito da Parceria Europeia de Inovação: Produtividade e Sustentabilidade na Agricultura – Área Focal 2A. O projecto “Cama Estabilizada” do Wgi testou um protótipo de planta de um Biocel dinâmico de Higienização, desenvolvido pelo CRI-MAN de Correggio (Reggio Emilia) para estabilização separada para utilização como cama. Durante um ano, os efeitos na limpeza e bem-estar das vacas, higiene do leite, processo de fabrico e cura do queijo, custos empresariais e sustentabilidade ambiental foram monitorizados na exploração leiteira de Giaroli em Reggio Emilia. CRI-MAN desenvolveu 3 modelos de BioCélulas Higienizantes com diferentes capacidades operacionais com base nesta experiência: HBC500, HBC1000 e HBC2500 (HBC = Hygienizing BioCell).

Conclusão

Em conclusão, os valores medidos para o estábulo utilizando cama estabilizada indicavam que a saúde e higiene do leite, bem como o estado de saúde das glândulas mamárias das vacas, estavam em total consonância com os observados em estudos anteriores na área de produção do Parmigiano Reggiano.